O relógio mostrava sete e quinze quando desci do ônibus.
Atravessei a avenida correndo e esperei do outro lado o caminhão passar.
Com os pés dormentes e a sensação horrível de vento e chuva sobre a minha carcaça caminhei sobre paralelepípedos até o asfalto chegar.
Pulei a corrente feliz em quebrar a regra de 'não ultrapasse', e um singelo sorriso fez-se vida em meu ser/estar.
O moleton repleto em água e o óculos de sol refletindo o cinza fez-me imaginar o impossível, e pulando poças d'água fiz-me herói por caminhar.
Optei pelo caminho mais longo para que quando eu chegasse ao recinto desejado fizesse da longa caminhada uma história híbrida a se guardar.
Subi a rua, que naquela hora, com aquele clima e naquele estado fez-se íngreme tornando meus calcanhares ainda mais dormentes.
Nem um'alma para contar história.
O pensamento latejando ríspido tornou o caminho ainda mais cansativo fazendo-me ainda mais herói por aguentar tamanha façanha; proeza de vulto.
O santuário estava próximo, tratando assim minha própria casa como aquilo que eu almejava no momento; e ao passar por ela fiz do ato heróico até então proeza.
Dobrei o cunhal e sem nenhuma pressa ou demontração de cansaço fiz do procedimento digno de censura, heróicidade tamanha devido à dormência de meus flagelados pés.
Fiz-me em incursão oculto pelo capuz, e sem muita paciência pedi logo por um pão-de-queijo.
Proporcionando o contentamento do proprietário paguei o mesmo e segredei o troco em doce.
Mais uma vez dobrando a esquina alcançei o portão com aprazimento, sentindo-me nobre pelo ato concretizado.
Provendo do benefício de estar em casa, fiz-me no direito de repouso; após à higiene básica de um bom ser humano, fiz-me em sossego e paz cerrando os olhos como em câmera lenta aguardando o cansaço passar.
O relógio marcava sete e trinta e cinco quando regozijei-me em sono.
*
segunda-feira, 2 de junho de 2008
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Um comentário:
muito bom muito bom!!!
;)
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